28 agosto 2014
promoção ou cemitérios virtuais?
21 agosto 2014
a culpa é do macaco!
Correndo o risco de ser linchado quando sair à rua para ir beber um café, a culpa é, em grande parte, do prestador de serviços (agência ou freelancer). O cliente não é designer, não é programador, não é copy, não tem (normalmente) uma cultura visual e digital alargada e não fala outro dialecto que não o seu.
Existe uma diferença real na comunicação que estabelecemos com os nossos pares e na que estabelecemos com quem tem backgrounds muito diferentes do nosso. O caso cliente-agência/freelancer é um exemplo típico: as histórias que se contam são interpretadas de forma diferente, porque a base cultural ou empresarial é diferente. Cabe a quem estabelece o interface criar esta ponte (no caso dos freelancers, têm que se aguentar à bomboca e descobrir como fazer isto sozinhos), o meio-termo onde as expectativas do cliente são ajustadas ao tempo e orçamento disponíveis.
O trabalho avança e continuamos à espera da informação? O cliente sabia e está-se a portar mal ou passou-nos ao lado, soam os alarmes e começa tudo a entrar em modo de histeria? Se a culpa é do cliente, é necessário insistir com ele e alertá-lo para o efeito que esse atraso poderá ter no projecto - especialmente porque as horas extra raramente são pagas e um atraso num trabalho condiciona o prazo de entrega doutro. O erro foi nosso, ou de quem lida com o cliente? Será que interessa, quando o projecto ainda está em desenvolvimento? Nem por isso. Mas é um hábito comum parar o que estamos a fazer para reunir e apontar o dedo, um desperdício absoluto de tempo e energia. Devemos deixar passar? Não, fazer de conta que somos avestruzes não resolve nada.
18 agosto 2014
newsletters: como irritar alguém em 3 segundos
14 agosto 2014
não sou eu, és tu!
“Cliente quer, cliente tem!”, dizem-me num tom que denota algum rancor e insatisfação. No mundo da comunicação e marketing, a relação com um cliente é um tema sempre actual e, salvo raras excepções, muito semelhante a um namoro que começa a azedar com o tempo: no início vêm as rosas e o piquenique com direito a champanhe, passa a euforia inicial e a única coisa que queremos é despachar o trabalho o mais depressa possível, ver o cliente pelas costas e passar para outro projecto que, certamente, será mais interessante e rentável. Porque é que esta relação se desgasta com tanta facilidade?
A explicação mais comum é que “Os tempos estão difíceis”, “É preciso agarrar o cliente” ou “É mesmo assim”. Lamento, mas tenho de discordar, não das palavras mas da postura derrotista. Não tem que ser “assim”. Quem lida com o cliente deve (ou deveria), conhecer a fundo os processos de trabalho, as dificuldades típicas que surgem no decorrer de um projecto, e, quando necessário, saber dizer não. Para além disto, saber que educar o cliente é um dos muitos ossos do ofício. Mais que ser reactivo, é urgente e importante aprender a ser pró-activo! Como? Aprendendo a respirar fundo e “perder” dois minutos a planear.
É mais simples do que parece e evita muitos conflitos num projecto. Se não quisermos complicar, basta uma folha de papel e uma caneta, onde anotamos todos os passos necessários à conclusão do trabalho: conceito, maquete, desenvolvimento, correcções, finalização. Esta informação deve ser discutida com o cliente, os prazos devem ser acordados, respeitados e ajustados quando necessário, e, coisa que passa ao lado de muitos, devemos contemplar uma margem de manobra para dar resposta aos imprevistos - o que, carinhosamente, baptizei como “coeficiente de cagaço”. Para além disto, é necessário que tanto o cliente como a agência/freelancer definam, de início, a informação que é necessário recolher, aspecto que, para mim, representa o ponto de estrangulamento mais comum em qualquer projecto de comunicação.
Se um projecto começa mal é quase uma regra universal que vai terminar mal. Antecipar estas situações não é fácil e oiço alguém a sussurrar que é impossível, uma vez que todos os projectos são diferentes. Nem por isso. As pessoas com quem lidamos, os objectivos ou aquilo que entregamos podem ser diferente, mas o processo é quase sempre o mesmo. Com uma excepção: a análise pós-projecto, aquela reunião fatídica que muitos evitam, que deveria ser obrigatória e envolver todas as partes envolvidas (cliente incluído!). Opta-se pelo caminho mais fácil: se ninguém fala sobre isso, esquece-se e não volta a acontecer. O problema é que vai voltar a acontecer, noutro projecto, com outro cliente, até que alguém nos diga, sem rodeios, onde estamos a falhar e o que podemos fazer para melhorar. Pior que errar uma vez é continuar a cometer o mesmo erro, vezes e vezes sem conta, por medo que o cliente se vá embora, de sermos despedidos ou sermos confrontados com as nossas próprias limitações.
11 agosto 2014
enxurrada de desculpas
Passamos a vida a arranjar desculpas para adiar o que temos de resolver. A pergunta é: porquê? Será medo ou cobardia, resistência à mudança ou pavor do desconhecido?
Desperdiçamos o nosso potencial a arranjar desculpas, moldando a nossa existência a uma realidade que está longe de ser perfeita. Andamos cansados e encontramos conforto no nosso cansaço, na modorra, no adiar para amanhã ou para quando tivermos vontade, dinheiro, equipamento, companhia ou qualquer outra coisa que sirva como justificação.
Um dia pode ser tarde demais. Um dia, a altura certa passou e apercebemo-nos que nos limitámos a olhar para trás e a pensar nos porquês.